Conheça a origem da burrata


Muitos alimentos e receitas surgiram de erros ou momentos difíceis que requeriam criatividade para literalmente fazer do “limão uma limonada”. Uma das teorias da burrata, por exemplo, lembra muito os dias de isolamento por conta da pandemia do novo coronavírus. Esse queijo teria sido criado em 1956, durante uma nevasca rigorosa, que atingiu o sul da Itália.

Com o frio intenso e as ruas cobertas por quase 2 m de neve, com temperatura abaixo de 10 graus negativos, a população da cidade de Andria, na Puglia, ficou isolada por duas semanas. Com a dificuldade de abastecimento, Lorenzo Bianchino, um morador local, criou um frasco feito de queijo de leite de vaca, recheado de manteiga e stracciatella (um queijo filamentado) e creme de leite. Ele também queria reaproveitar resíduos de pasta cortada (sfilacci), que sobravam da produção da mozzarella. As trouxinhas eram mais fáceis de carregar naqueles dias de inverno rigoroso e, assim, surgia uma iguaria tipicamente italiana amada em todo o mundo.

Outra teoria defende que a burrata teria sido criada na década de 1920, por um produtor de queijos que vislumbrou a oportunidade de reaproveitar os retalhos que sobravam do corte da mozzarella.

“Seu sabor apresenta acidez sutil, sendo um queijo de massa fresca e não curada”, diz o chef Rodrigo Queiroz do restaurante Tre Bicchieri, de São Paulo. Porém, cuidado, pois a burrata, apesar de sua leveza, não deixa de ser calórica: 30 g do ingrediente pode conter cerca de 100 calorias.

Por se tratar de um queijo muito fresco e perecível, deve ser consumido rapidamente, no máximo em até três dias. Sua textura é a “cereja do bolo”: ao ser cortada, a burrata deixa escorrer a parte cremosa e leitosa de seu interior, um meio termo entre a mussarela de búfala e a manteiga – seu nome, inclusive, é derivado da palavra burro, que significa manteiga em italiano. Essa cremosidade combina perfeitamente com tomatinhos frescos ou confitados, azeite de oliva ou pesto, azeitonas pretas, ervas frescas (como manjericão) e torradas – na Puglia, uma tradicional torrada chamada friselle costuma acompanhá-la. Apesar de ser ideal para antepastos, o ingrediente pode fazer parte de inúmeros pratos, por isso separamos alguns para você testar em casa.

1. Carpaccio di tonno com burrata 

O chef Rodrigo Queiroz, do restaurante Tre Bicchieri, em São Paulo, inovou combinando a iguaria italiana com carpaccio de atum fresco, tangerina e avelãs.

2. Burrata à milanesa 

Simples, porém sofisticada, esta receita é uma boa opção de entrada, para acompanhar uma salada.

3. Burrata ao pesto com tomatinhos confit

Esta é uma maneira muito tradicional de servir a burrata como entrada. A receita do Amí Bistrô, em São Bernardo do Campo (SP) é bem fácil para você fazer em casa e se sentir na Itália. O pesto e os tomatinhos confit rendem para mais de uma unidade de burrata, então podem ser armazenados para usos posteriores, inclusive em outros pratos.

4. Penne com tomate seco e burrata

Tradicional, o prato com penne é perfeito para um almoço em família no de fim de semana.

 

FONTE: revistacasaejardim.globo.com