A linguagem é uma coisa linda e a gente nem se dá conta que todas as palavras que usamos possuem origens em outras línguas e trazem significados dentro de sua própria composição.
Pesquisando na internet e em alguns livros sobre a origem do biscoito, me deparei com algumas informações interessantes e até um pouco contraditórias tanto sobre o surgimento dessa iguaria que amamos quando em relação ao seu nome. As informações e curiosidades estão compiladas abaixo.
Os primeiros registros sobre o preparo de biscoitos remetem à época dos faraós, no Antigo Egito. Graças aos ciclos de enchentes e vazantes do rio Nilo que fertilizavam suas margens, os egípcios puderam se dedicar ao cultivo do trigo. E um povo que baseava no trigo sua principal produção agrícola acabaria infalivelmente por descobrir o pão. Com a utilização do fogo e de fornos rústicos, os pães eram assados, tornando-se muito mais apetitosos. Daí até a elaboração de biscoitos, o caminho foi relativamente curto.
Inicialmente, o biscoito ocupava um lugar ligado a rituais egípcios. Moldado a partir de formas animais e humanas, ele era oferecido às divindades em troca de chuvas, para que se assegurasse a fertilidade do solo.
Em pouco tempo, o hábito de produzir biscoitos estendeu-se por outras regiões do Mediterrâneo e Oriente Médio. Assírios, babilônios e gregos foram alguns dos povos que, a exemplo dos egípcios, passaram a regalar seus deuses com biscoitos de trigo e mel. Com o transcorrer dos séculos, os franceses começaram a descobrir novas técnicas para essa produção. Eles concluíram que se assassem o biscoito duas vezes a umidade seria reduzida, permitindo a conservação do produto por um tempo maior. Vem daí o nome biscoito, forma aportuguesada da palavra francesa bis-cuit, que significa assado duas vezes.
O mais famoso dos biscoitos foi criado em 1874, para comemorar as bodas da duquesa Maria Alexandrovna da Rússia com o Duque de Edimburgo. O casamento foi realizado em 23 de Janeiro de 1874. A cerimônia foi realizada no palácio de inverno em São Petersburgo. Para comemorar a ocasião, uma pequena padaria inglesa criou o hoje internacionalmente conhecido biscoito Maria, com o nome da Grã-Duquesa escrito sobre ele. O casamento, no entanto, não foi feliz, e a esposa era vista pela sociedade de Londres como arrogante.
O biscoito Maria na sua saga pela Europa tornou-se parte integrante da cultura nacional espanhola. Durante os anos da guerra civil, a Espanha mergulhou em uma pobreza profunda. Quando a guerra terminou em 1939 a prioridade era que cada cidadão tivesse pão suficiente. Dedicaram-se à lavoura do trigo e as colheitas foram abundantes. Com os excedentes de trigo os padeiros despejaram no mercado grandes quantidades de caixas de biscoito Maria. Foi considerado símbolo da prosperidade na economia e sinal da recuperação do país.
Fonte: biscoitoterapia.com.br