Para o judaísmo, o vinho tem um simbolismo importante. Mas deve ser preparado segundo alguns critérios
Cada povo, cada grupo social, se distingue dos demais por seus costumes, valores intelectuais e morais, padrões de comportamento, religião e, não menos importante, alimentação. Talvez em nenhuma outra cultura a relação religião-alimentação seja tão estreita quanto na judaica. Os cinco primeiros livros do Velho Testamento (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), conhecidos como Pentateuco ou Tora, trazem um conjunto de prescrições de origem divina, que determinam a dieta alimentar judaica. Estas leis são chamadas de kashrut. Seu objetivo não visa apenas a boa saúde, mas sim trazer união e santidade ao povo judeu.
Os alimentos e as bebidas permitidos para o consumo, de acordo com os preceitos do Tora, são chamados de Kosher, Kasher ou Casher, palavra hebraica que significa “bom”, “digno de confiança”. Quando industrializados, os produtos Kosher precisam ser supervisionados por autoridades religiosas e podem ser identificados por símbolos impressos em suas embalagens. Em geral, um “U” ou um “K” dentro de um círculo ou em uma moldura. Quando estas letras (“K” ou “U”) aparecem sem nenhum adorno, significa que o fabricante alega que seu produto é Kosher, mas não necessariamente foi submetido à supervisão de um rabino.
No mundo existem mais de 400 agências de supervisão rabínica de alimentos Kosher. Cada uma tem seus próprios critérios, sempre baseados na lei judaica, além de símbolo ou marca registrada própria, que vai impressa no rótulo ou na embalagem dos produtos. Alguns importantes feriados judaicos acontecem nesta época do ano (veja tabela), aumentando a procura por produtos Kosher. A Pessach (a Páscoa) é o mais importante deles e é também um evento religioso da cristandade. Para os judeus, o Pessach é uma festa da primavera que comemora o Êxodo – a saída dos filhos de Israel do Egito há cerca de 3300 anos, guiados por Moisés, após dois séculos de escravidão.
O Rosh Hashaná é o Ano Novo judaico, conhecido como “dia do julgamento”, quando Deus determina o destino de cada um para o ano que se inicia. De acordo com Marcia Algranti, em seu livro Cozinha Judaica (Ed. Record), “o Rosh Hashaná é uma ocasião para doces”. Mesmo alimentos como carne e galinha são adoçados e acompanhados de vinhos doces ou meio doces para que se tenha um ano farto e doce.
O Yom Kipur, ou “dia do perdão”, também chamado de “dia do arrependimento”, é uma data marcada por jejum e preces. É dia de pedir perdão ao próximo e a Deus. A seguir, os israelitas comemoram no Sucot, “festa dos tabernáculos” ou “festa da colheita”, a proteção divina aos filhos de Israel durante os 40 anos de peregrinação no deserto. O sétimo dia da festa de Sucot, chama-se Hoshaná Rabá, é celebrado com muitas preces com ramos de salgueiro, para a decisão divina final sobre a nova safra em Israel.
Fonte: https://revistaadega.uol.com.br