O malte de cevada é o ingrediente mais importante na produção de cerveja, porém nem toda cerveja é puro malte. Os adjuntos, ingredientes alternativos ao malte, são utilizados com diversos objetivos, de acordo com o estilo da cerveja.
A maioria das produzidas pelas grandes cervejarias no Brasil contém cereais não maltados, como o milho e o arroz, em até 45% do total dos seus ingredientes. O objetivo é produzir cervejas extremamente leves, claras, com mínimo sabor de malte e amargor, conforme padrão do estilo, que tecnicamente é chamado de standard lager. Além dessas características, o uso dos adjuntos torna a cerveja mais barata, o que permite maior competitividade no mercado.
Porém algumas cervejas produzidas no país, apesar de parecidas com as lagers, utilizam pouco ou nenhum adjunto. São as premium lagers, que possuem sabor de malte e amargor um pouco mais acentuados e, em alguns casos, com leves notas de lúpulo no sabor e aroma.
A Heineken e a Bavária Premium são exemplos de cervejas puro malte produzidas em larga escala no país, enquanto a Stella Artois inclui um percentual de milho entre seus ingredientes. A Kaiser Bock é exemplo de cerveja puro malte de outro estilo. Entre as artesanais brasileiras, a maioria produz cervejas de diversos estilos e com sabores de malte e lúpulo ainda mais destacados.
Mas nem sempre utilizar ingredientes alternativos é só sinônimo de cerveja leve e barata, pois o adjunto pode ser utilizado para agregar sabor e um diferencial que o malte de cevada não pode oferecer, como a adição de trigo, aveia, centeio, mel, açúcar, frutas e até mandioca. O que fala mais alto é o estilo da cerveja e a criatividade no uso dos ingredientes.
Portanto, sendo ou não puro malte o importante é que a cerveja ofereça o que o consumidor espera dela, seja uma cerveja leve e de pouca complexidade ou uma cerveja encorpada e de sabor mais acentuado. E que o mercado ofereça cada vez mais opções para todos os gostos.
Fonte: http://dc.clicrbs.com.br